Representada por uma legião formada por quase 2,5 milhões de pessoas no mundo todo, a Geração Millennials ou Y é um desafio para o mercado de trabalho. Imediatista, acostumada à satisfação instantânea e instável, mas principalmente movida a desafios, exige envolvimento intenso e constante não só com as atividades mas com o próprio gestor para gerar resultados.
“Nasceu rodeada por facilidades que as anteriores não tiveram e é a primeira realmente globalizada por ter crescido junto com o avanço tecnológico. Por essa origem, no assunto trabalho, está em busca constante de desafios e crescimento, o que nem sempre encontra na mesma empresa”, explica a coach e palestrante Bia Nóbrega, que atua na área de recursos humanos há mais de 20 anos.
Para ela, o caminho de quem deseja ter no time um “profissional Y” (conheça as gerações no infográfico abaixo) altamente engajado e, portanto, produtivo, consiste em oferecer desafios crescentes, permitir mobilidade e construir um ambiente fluido, que promova trocas de experiências e de impressões.
Uma pesquisa divulgada recentemente acrescentou outro importante ingrediente à lista de incentivos para os profissionais nascidos entre 1980 e 1994. Conforme levantamento do Boston Consulting Group, garantir uma boa relação entre vida pessoal e profissional é imprescindível para conquistá-los e retê-los.
- Saúde e qualidade de vida
Palestrante, consultor e escritor, Fredy Machado explica o motivo. Segundo ele, os millennials integram a primeira geração que modificou de forma expressiva a definição de sucesso propagada pelas anteriores. A despeito de dinheiro e reconhecimento profissional, priorizam saúde e qualidade de vida.
“Se estão insatisfeitos e não geram resultados é porque, única e exclusivamente, estão no lugar errado”, afirma. “Empresas com propósito bem definido estão transbordando não somente talentos, mas inovação”, completa, sugerindo uma mudança imediata de postura por parte dos gestores que lidam com os profissionais na faixa etária dos 24 anos 38 anos.
Conforme o escritor – autor do livro “É possível se reinventar e integrar vida pessoal e profissional” –, pessoas felizes são 33% mais produtivas.
“Por isso, está na hora de as empresas começarem a investir em propósitos. Líderes e liderados devem estar, ambos, imbuídos pelas mesmas expectativas. Coloquem metas juntos, trabalhem juntos, arrisquem-se juntos, ganhem e percam juntos. Num time coeso, não há culpados”, ensina.
- Motivações individuais
Trainer em coaching pela Prime Talent Brasil e sócia fundadora da DHUMA Treinamento & Desenvolvimento, a psicóloga Tália Jaoui vai além. Na opinião dela, também palestrante comportamental, é urgente compreender as motivações individuais por meio da escuta.
“O que motivava meu pai não me motiva e o que me motiva não funciona para o meu filho. É o preço que pagamos pela evolução tecnológica. Uma boa estratégia é escutar mais. Os argumentos precisam mudar para que a produtividade se mantenha”, detalha, lembrando o fato de os integrantes da geração Y serem questionadores.
Vice-presidente da Thomas Case & Associados e especialista em carreiras, Fátima Trindade vai além. Política bem definida de cargos e salários é, para ela, outra boa motivação profissional da geração Y.
“Atuar com respostas rápidas, como feedbacks e avaliação de competências e treinamento, também é prioritário”, acrescenta.