Por força do hábito, muitas vezes realizamos ações durante o cotidiano no chamado “piloto-automático”. Conforme a sócia-diretora da Posiciona Educação e Desenvolvimento, Carolina Manciola, a propagação de atitudes similares na rotina pessoal e profissional promove a internalização de um determinado padrão que, ao longo do tempo, se torna involuntário.
“O desenvolvimento de hábitos é um movimento ininterrupto que acontece desde a infância até a terceira idade. Ou seja, ninguém nasce com um pensamento automático. Na verdade, os padrões comportamentais são criados de acordo com o ambiente externo e as experiências individuais”, explica a especialista em desenvolvimento corporativo.
Ao se aprofundar no conceito, aponta Carolina, é possível dizer que os atos inconscientes são responsáveis por uma trajetória de sucesso, uma vez que determinam o afastamento ou a concretização das metas de uma pessoa. Por conta disso, afirma, é fundamental transformar as ações nocivas em positivas.
Confira abaixo cinco dicas da especialista para realizar a tão falada mudança de hábitos.
- Dispense recompensas: A primeira etapa na construção de um hábito consiste no gatilho onde um estímulo é capaz de acionar certa atitude. Em seguida, a rotina aparece com a função de dar sequência às atividades físicas, intelectuais e emocionais ativadas. Por fim, o sistema exige uma recompensa a fim de incentivar a memorização da ação. Logo, o ciclo permanece ineficaz ao retirar a última fase, pois o benefício do comportamento involuntário deixa de existir.
- Pratique a substituição: A motivação é a base da mudança de hábito, mas não é o suficiente para modificá-lo da noite para o dia porque o cérebro tende a criar resistência no processo de adaptação diante de um novo comportamento. Então, é preciso priorizar a substituição ao abandono. Durante uma dieta, por exemplo, nutricionistas recomendam trocar o chocolate ao leite pelo meio amargo, por este ser mais saudável e menos calórico.
- “Não vá com sede ao pote”: O excesso de motivação pode se tornar uma armadilha ao provocar um esforço excessivo no início do processo e uma desistência no meio do caminho, ocasionada pelo cansaço. Neste caso, trabalhe em doses homeopáticas. Se pretende estudar uma nova língua durante uma hora por dia, dedique-se ao menos trinta minutos e aumente o período de maneira gradual, até alcançar o objetivo inicial.
- Fique atento com a frequência: A constância é uma das partes mais desafiadoras de um processo de mudança de hábito, pois o fato de um novo comportamento remeter a uma ação definitiva gera uma barreira emocional. Contudo, há a possibilidade de fazer uma reprogramação mental menos penosa ao se apoiar em prazos curtos, como a Teoria dos 21 dias, na qual a pessoa utiliza este período para implantar as novas ações no cotidiano sem precisar dispor de um comprometimento maior.
- Fuja de padrões negativos: Além das distrações físicas em uma modificação comportamental, existem também as barreiras mentais. Entretanto, a técnica do “mas” é uma espécie de braço direito no contorno desta situação. Ao ter pensamentos sabotadores, corrija-os, usando o “mas”. Por exemplo, “exercitar-se todos os dias é cansativo, mas fará bem à saúde”.