Em cenários normais, as pessoas costumam traçar planos a médio e longo prazos para suas carreiras: estabelecem um tempo para alcançar um promoção ou até mesmo deixar seu emprego para empreender. No momento atual, é difícil saber o que acontecerá em um mês.
- Em poucos meses, vimos o mundo virar de ponta-cabeça, e as empresas com uma necessidade de adaptação nunca antes vista. Vimos negócios pequenos, médios e grandes, todos com o mesmo desafio: como não morrer e como aproveitar as oportunidades que surgem. Como profissional, nós devemos ter o mesmo pensamento: temos que nos adaptar cada vez mais rápido porque o mercado muda cada vez mais rápido. Portanto, a grande lição é que adaptação real é mais importante do que um bom planejamento em papel - ensina Marcelo Furtado, CEO da Convenia, uma HRTech (empresa que desenvolve softwares que automatizam os processos e digitalizam algumas das tarefas da área de RH) com soluções voltadas para otimização de tempo e custos de pequenas e médias empresas.
Isso não quer dizer que o planejamento deve ser deixado de lado. Para Furtado, as pessoas devem apenas evitar tomar decisões que irão mudar suas vidas em tempos turbulentos, porque essas escolhas em momentos como esse tendem a levar em conta muito mais o emocional do que o racional:
- Uma ação que facilita muito neste momento a gestão da carreira é pensar em médio e longo prazos onde você gostaria de estar e começar a se preparar para atingir esses objetivos. Se, por exemplo, você perdeu o emprego e quer aproveitar para mudar a sua carreira, pense no longo prazo. Ao mesmo tempo que você tenta voltar ao mercado o mais breve possível na posição que atuava antes, deve começar a se desenvolver para o seu objetivo futuro. Ou seja, planeje para o médio prazo mas aja no curto prazo.
Para a diretora executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil), Iêda Vecchioni, fórmulas anteriores à pandemia não funcionam neste cenário. Por isso, é preciso ampliar a percepção para conseguir identificar as novas necessidades, que incluem profissionais mais resilientes. Outras qualidades devem ser valorizadas nos profissionais no pós-pandemia.
- Conseguir manter ou reiniciar suas atividades sem perda de qualidade ou agilidade não será para qualquer um. Outra característica ou competência será a antifragilidade, pois precisamos aprender a extrair e utilizar apropriadamente os aprendizados que estamos incorporando neste momento. Por último, podemos citar a criatividade, que sempre foi importante e caracteriza o diferencial que indicará que empresas se manterão vivas e sairão na frente após o contexto que estamos vivendo - destaca.